quinta-feira, 14 de abril de 2011

Com quem eu posso aprender?



Após alguns anos de estudo, chegamos em um ponto da nossa dança no qual, mais do que nunca, percebemos que temos muito ainda que aprender. E então vem aquela dúvida: com quem ainda podemos aprender? De maneira superficial, podemos pensar que existem poucas pessoas no mundo que ainda têm algo a acrescentar na nossa formação. Algumas chegam a pensar que no ponto de maturidade em que se encontram, talvez não haja nenhuma professora capaz de oferecer algo que elas já não tenham. Mas é aí que, na minha opinião, se enganam a maioria das bailarinas.
Eu particularmente acredito que qualquer pessoa do ramo (com a exceção das picaretas, mal intencionadas e sem noção), pelo simples fato de ser uma outra pessoa que não você nem eu, já tem algo a acrescentar. Por que? Porque é outra cabeça, outra dança, outra metodologia, outra técnica, enfim... outra visão sobre o mesmo tema. E sou da opinião que sempre aprendemos com a diferença. Digamos que eu não queira ser igual à bailarina X (sim, por favor, ninguém quer produção em série...) mas eu acredito que ela manja muito de folclore, por que não tomar umas aulinhas com ela? A fulana Y foi minha colega em mil oitocentos e guaraná com rolha, mas... será que ela não tem algo a dizer pelo simples fato de ter trilhado um caminho diferente do meu? A bailarina Z começou a dançar depois de mim... poxa, mas ela morou no Egito, estudou com grandes nomes... por que não fazer um work com ela?
Eu procuro pensar assim: o que falta na minha dança? Me acho muito conservadora? Então vou fazer aula com alguém bem moderna só pra dar uma chacoalhada! Acho que falta quadril? Então vou fazer aula com alguém que tenha um trabalho bonito de quadril (mesmo que ela seja minha vizinha, qual é o problema? se ela é melhor que eu nesse ponto, deve ter o que me acrescentar)!
Estou cansada de pensamentos do tipo "ela não tem nada para me ensinar", "quem é essa fulaninha", "não vou dar moral pra essa aí" e outras tantas baboseiras. Seja através de conversas informais, grupos de estudo ou aula mesmo, é sempre bom trocar experiências, estar aberto para ensinar e aprender sempre! Acho que podemos crescer muito se tivermos, antes de mais nada, humildade!

5 comentários:

  1. UAU! Que texto maravilhoso, libertador e belo!
    Amei!
    Beijos!
    Lucy

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  2. Falou tuudo maninha!!!! É assim, agindo desta forma que estás chegando ao topo do topo, sempre humilde e receptiva!!! Por isso te amo!!! hahahahahah!!! Sabes que sou tua maior fã, né? E digo isso com toda certeza do mundo porque te vi e estou te vendo crescer cada vez mais dentro desta arte maravilhosa! te admiro demais!!! beijocas no coração!

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  3. Concordo plenamente, principalmente no que diz respeito à profissionais. Diversidade é tudo.
    Mas quando se é amadora e os recursos para se fazer aulas limitados, infelizmente temos que escolher dentro do que mais queremos meeeeessssmmm...

    Esse blog tá ficando duca, viu? Gostando de ver.

    E "mil oitocentos e guaraná com rolha" foi a me - lhor !!!

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  4. Obrigada, gurias! Conto com tua consultoria, Sami! rsrs Olha, é verdade, a questão da falta de verba impede mesmo de fazermos tudo que queremos. Mas o que me incomoda é quando a questão é outra... preconceito, picuinha e "sefazol".

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  5. Amei!!! pensamos igualzinho nesse quesito, e acho q em outros tb,rsrsrsrs
    Por isso eu faco aula sempre, com varias profes(ja tive alguns problemas com isso,por aquela velha de questao de a pessoa se sentir trocada,esse e o lado ruim, fazer o que?
    Cada uma delas sempre deixou em mim algo, mas nunca tudo.
    Viva as bailarinas colcha de retalhos!!
    Viva todas as minhas profes!

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