terça-feira, 29 de março de 2011

Aproveitando o ensejo...

Vou a Pelotas no próximo final de semana, onde sou recebida com muito amor e carinho, na Unidança, uma das melhores escolas de dança da cidade, para ministrar 2 cursos de 3 horas cada, um pela manhã e outro à tarde. Na esteira do post anterior, vou falar sim, sobre estilos. Por quê? Estive trabalhando nos países árabes durante todo o ano de 2010 e, aproveitando essa oportunidade, quero dividir um pouco da minha experiência e das questões que pairam na minha mente sobre a dança com as queridas bailarinas da terrinha. Dessa forma, irei estudar com elas 2 músicas clássicas, utilizando passos mais tradicionais e mais modernos, tentando experimentar a leitura de uma mesma música no estilo mais egípcio, no libanês e no nosso estilo ocidental. Será uma experiência muito interessante para mim e terei o maior prazer de descobrir, junto com minhas alunas, novas possibilidades. Além disso, estudaremos também as possibilidades de construção de um solo de percussão, na parte da manhã.

Espero todas as meninas da região nesse encontro que, tenho certeza, será muito especial e divertido!!!

Abaixo está o cartaz:







sábado, 19 de março de 2011

O estilo "Brasil": afinal, o que é isso?

Ultimamente tenho pensado bastante a respeito dessa nossa mania de classificar a dança das pessoas em estilos. E isso me leva a pensar em quais são, afinal, os estilos de dança do ventre, se é que eles existem. Eu acredito que eles existem sim, mas acho que às vezes, por querer classificar tudo em algum padrão que conhecemos, acabamos por não chegar a nenhuma conclusão.
Sempre pensei que, pelo fato de ter tido professoras que se inspiraram nas bailarinas egípcias, meu estilo de dança era egípcio. Mas bem, eu não me pareço com a Randa dançando, nem com a Souhair Zaki e nem de longe passo por Dina. Mas peraí: elas também não se parecem tanto assim entre si. E todas são egípcias. Mas então qual é o mistério? Simples. Na minha humilde opinião, existe algo que está além da nacionalidade. A personalidade. Sim, porque cada uma é uma. E por quê eu me esqueci da frase clássica que sempre disse para minhas amigas e alunas? "A dança do ventre não é uma dança que pretende padronizar os corpos, os trejeitos, e por isso mesmo é democrática. Uma bailarina nunca será igual à outra". É isso. Cada bailarina é um estilo. Seu estilo pessoal. Ponto.
No entanto, é possível reconhecer que assim como a Randa e a Dalila possuem as suas semelhanças, a Lulu e a Aziza têm as suas, e a Saida e a Shanan também - só para citar exemplos - porque existe sim, ao que me parece, alguns traços que ligam as pessoas que nasceram na mesma terra, ou que moram na mesma terra, ou que, em última instância, beberam da mesma fonte. E isso então pode ser o "estilo". O estilo egípcio, o estilo brasileiro e o estilo argentino de dança do ventre, respectivamente.
Mas o que seria o estilo Brasil? Bem, há um tempo atrás eu relutava em aceitar que isso existisse, mas não sei o porquê dessa resistência. Acho que eu pensava que por não sermos um país oriental, árabe, berço da dança do ventre, etc, eu acreditava que não poderíamos ter um estilo próprio, tínhamos que nos enquadrar ou no egípcio ou no libanês. Mas foi então que me caiu a ficha de que eu gostava muito das bailarinas brasileiras. Muito mesmo. E de muitas delas. As minhas bailarinas preferidas são brasileiras. Acho que as brasileiras em geral são inteligentes, esforçadas, estudam muito, são cuidadosas com a aparência, têm bom gosto para roupas, têm ótima técnica, postura e elegância. E o mais importante, dançam por amor (tanto é que dançam de graça e até pagam para dançar - momento "abafa")! Claro que não temos o sangue árabe e nunca seremos talvez como uma egípcia interpretando um Tarab, mas isso é uma outra questão. O que penso é que temos um padrão altíssimo de dança no Brasil e o nível de exigência está cada vez mais alto. Sabemos que temos ainda muito que aprender, e isso nos fará crescer ainda mais. Sendo assim, toda vez que alguém me disser que tenho um estilo muito "Brasil", a única coisa que posso dizer é: quanta honra!

Abaixo uma das brazucas que mais amo:

Olá colegas!

Decidi criar esse blog para falar exclusivamente sobre dança – e assuntos afins – desde que acabei, sem querer, transformando meu outro blog em um blog para falar de tudo. Minha alma geminiana não me permitiu me restringir ao assunto proposto e acabei viajando demais (no sentido mental e um pouco também no real). Então, sejam bem vindas colegas e “colegos” de profissão e espero que participem e contribuam comigo nesses devaneios!

Beijos!!!